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A figura tragicômica do palhaço como exercício de direção em Bingo [Crítica]

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Bingo, a primeira vista, pode parecer apenas outro filme nacional sobre biografia, mas tem em seu cerne identitário uma tentativa de ser mais do que uma representação do palhaço mais querido do Brasil; ele tem por objetivo ser uma análise psicológica de Augusto Mendes (referência direta à Arlindo Barreto, interprete do Bozo), usando símbolos audiovisuais para nos imersar em um mundo cheio de tonalidades e cores. Portanto, partindo da perspectiva comum de obras nacionais, a produção decide transformar a si mesma em um conjunto de referências aos anos 80 com uma clara assinatura autoral. A grande crítica em torno dos filmes brasileiros, nem falo das comédias, é o quão genérico se tornam, acabando por em algum momento virarem filhos mais enxutos das novelas. Aqui isso não acontece, do começo ao fim identificamos os sentimentos do próprio diretor, Daniel Rezende, que assina a direção com uma originalidade quase literária. Literária no sentido de que percebemos facilmente a sua voz, h