21 anos da morte do ídolo nacional, Renato Russo

O mês de outubro estará repleto de homenagens ao cantor Renato Russo em exposições, shows, covers e teatros sobre a vida e a carreira do líder banda Legião Urbana

Renato Russo. Fonte: www.renatorusso.com

O mês de outubro está repleto de homenagens ao cantor Renato Russo em exposições, shows, covers e teatros sobre a vida e a carreira do líder da banda Legião Urbana.

Na última quarta-feira, 11, completou 21 anos da morte  de Renato Manfredini Russo ou como era conhecido Renato Russo, criador da banda pop-rock Legião urbana que marcou a história do rock brasileiro como ídolo nacional.

Filho do economista Renato Manfredini e da professora de inglês Maria do Carmo Manfredini, Renato nasceu no dia 27 de março de 1960 , no Rio de janeiro. Morou por dois anos nos EUA e foi a partir dessa nova experiência que foi adquirindo influências locais determinantes para a sua futura carreira musical. O cantor colocou “Russo” como pseudônimo, deixando claro em quase todas as suas biografias que criou um nome artístico para que ele pudesse ser lembrado.

Ao voltar para o Brasil, durante a sua adolescência, Renato criou a banda Aborto elétrico em 1978, com o estilo punk.  Depois, juntou-se a Marcelo Bonfá, Eduardo Paraná e Paulo Guimarães e formou a banda Legião Urbana. Na nova banda, Renato Russo já tinha adquirido influências importantes, do cantor Morrissey da banda The Smiths, e de Robert Smith, da banda The Cure.

A banda Legião urbana fez parte da efervescência do rock brasileiro dos anos 80, que atraiu milhares de fãs e mantém até hoje. Durante toda a carreira, as músicas ficaram entre as mais tocadas em programas de rádios e de televisão. Os álbuns mais importantes são “Dois” (1986) e “Quatro Estações"(1989). Entre seus sucessos destacam-se “Será” (1985), “Eduardo e Mônica” (1986), “Que País é Esse” (1987), “Pais e Filhos” (1989), entre outras músicas.

Renato Russo iniciou a carreira solo em 1993 com músicas mais tristes. No ano seguinte lançou "The Stonewall Celebration Concert" (1994), em seguida “Equilíbrio Distante" (1995), interpretando canções italianas, e "O Último Solo" (1997).

Renato Russo faleceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 1996, em decorrência de complicações da AIDS, doença que foi diagnosticada em 1989. Seu último álbum falava do quanto estava sofrendo com a solidão, relembrando suas primeiras paixões e fazendo supostos relatos que a sua morte estava próxima. O cantor deixou uma legião de fãs, que permanece fidedignamente até hoje, com uma grande saudade do ídolo do rock brasileiro.

Entrevista com Felipe Rocha, fã da banda Legião Urbana

Paula Larissa: Hoje estou aqui com o Felipe Rocha ,estudante de produção audiovisual e fã de Renato Russo. Para começar a nossa entrevista, Conta um pouco para a convergência cultural, de onde vem esse amor pela banda e essa admiração pelo Renato? 

Felipe Rocha: Ah... por onde eu começo, hein? (Risos). Bom, eu comecei a ouvir Legião Urbana em 2008 no dia 7 de março, graças ao meu pai que me deu um pen drive com todos os álbuns dessa banda maravilhosa, e até hoje lembro da frase dele: “toma isso aqui filho, coloca no computador e ouve tudo! Depois você me conta o que achou”. A partir dali, a música me encantou de um jeito inexplicável! O que eu mais admiro no Renato é o jeito que ele vê o lado “positivo” de quase todas as situações, e a forma que ele fez a revolução na cabeça de muitas pessoas.

Paula Larissa: Você já leu alguma biografia do Renato Russo? Se sim, o que achou delas?

Felipe Rocha: Já li todas elas, inclusive o livro no qual ele imagina como seria uma banda de sucesso aos quinze anos de idade, o nome do livro é ”Renato Russo The 42nd St. Band”, posso dizer que por mais que seja uma coisa criada pelo Russo, esse livro é o meu favorito. No geral, eu gostei muito, pois dá para ver claramente quem foi o Russo e cada pedaço da vida dele. Ele sempre foi muito transparente com tudo, desde as letras até os depoimentos.

Paula Larissa: Mas explica uma coisa, por que seu pai te deu aquele pen drive? Foi apenas para incentivar o filho a ouvir um estilo musical que ele gostava ou tem algo especial?

Felipe Rocha: Então Paulinha, isso é um assunto meio delicado. Quando eu era criança, mais ou menos 7 para 8 anos eu ouvia outros estilos musicais, principalmente o funk, aliás... Eu só ouvia funk e meu pai não aceitava. Assim, uma noite meu pai chegou em mim e disse “Cara seguinte, para de ouvir essas coisas agora! Por que eu vou te mostrar o que é uma música boa de verdade! E eu sei que você não vai se arrepender” então foi quando ele me deu o pen drive e disse aquela frase “Toma isso aqui, coloca no computador e ouve tudo! Depois você me conta o que achou.”

Eu passei a madrugada toda ouvindo Legião Urbana, e quando cheguei no álbum Dois eu adorei (até hoje é e sempre será meu favorito), quando cheguei na música “Tempo perdido” ele foi sentar ao meu lado, para ver se eu estava gostando das músicas e por sinal, estava adorando. Quando a música começou, eu pensei “Nossa, que música gostosa para se ouvir”, ele ainda estava sentado do meu lado, e de alguma forma a letra da música me tocou (e toca até hoje) e lembro que comecei a chorar bastante e abracei-o.  

Paula Larissa: Hoje você continua ouvindo Legião Urbana da forma que ouvia no começo?

Felipe Rocha: Sim, claro. O Russo é e sempre será uma inspiração na minha vida, não importa quanto tempo passe.

Paula Larissa: Então o Renato é uma inspiração em sua vida? Por quê? O que mais admirava no cantor?

Felipe Rocha: Bom, os pensamentos dele, as letras, a forma como ele sempre enxergava as coisas do mundo, isso para mim é extremamente lindo. Claro que mais tarde ele começou a ter uma parte meio “complicada” da vida dele, com as drogas e as doenças, mas se você souber entender os motivos e souber filtrar tudo isso vai ver que, como diz na letra, “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”.

Paula Larissa: Você se identifica com alguma letra escrita por Renato ?

Felipe Rocha: Sim, nunca vou esquecer... quando estava lendo a primeira biografia do Russo e nela,  ele falava de como escreveu “Eduardo e Mônica”. Quando li pela primeira vez fiquei com uma cara de paisagem pensando “Como é possível, o cara gravou uma conversa de um casal de amigos, depois escutou a gravação e escreveu uma música? Esse cara é demais! Quem que grava conversas para poder escrever uma música?“.

Mas, depois lendo outras biografias e buscando saber mais sobre a vida dele, notei que Renato fazia isso quase sempre, quando precisava escrever alguma coisa, e em certas vezes, os amigos nem sabiam, iam descobrir quando a música já estava pronta, mas escrevia e tocava de uma forma tão serena, que era difícil negar que levasse aquilo para frente.

E se me identifico com alguma? Pergunta difícil essa, na verdade... Acredito que “Tempo Perdido” marcou muito a minha vida! Mas é uma relação mais de “pai e filho” assim como “Pais e filhos” é uma relação minha com a minha mãe. Agora eu nunca tive que pensar em uma música “para mim”, amo todas e é difícil escolher apenas uma.




Por Paula Larissa 

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